PrāṆāyāma

PranayamaPor: SWAMI ANANDANANDA

Diretor do Centro de Pesquisa e Tratamento YogiBapu Nagar JAIPUR – Índia

“Trabalho enviado para o IV Congresso Internacional de Professores de Yoga”
Bertioga – SP – Brasil  16 a 23 de Novembro de 1973

Prāṇāyāma significa regularização e controle dePrāṇā. Geralmente se considera Prāṇā como respiração, mas, de acordo com a filosofia hindu,Prāṇā denota força de vida ou energia vital. Assim como o éter é infinito, onipresente, penetrando tudo e preenchendo cada espaço, da mesma maneira é o “Prāṇā” infinito e onipresente, e manifesta-se como a ação ou energia, causa de toda atividade no Universo.

Esse mesmo Prāṇā é o fator que governa cada atividade do corpo humano, física e mentalmente: auto-ativado e autônomo. Através de controle e canalização adequada de Prāṇā o individuo pode desenvolver o domínio sobre cada atividade do “self” e, através de uma prática adicional, pode controlar e ativar o Prāṇā de qualquer outro individuo, e do universo.

Este estudo trata de sua história e evolução, desde sua origem. São descritos os diferentes tipos dePrāṇāyāma e suas técnicas exatas. Discutem-se também várias indicações e contra-indicações de cada variedade, os princípios yogues básicos, suas simplificações do ponto de vista naturoático, a sua aplicação com respeito à moderna escola de Medicina. Descrevendo-se os efeitos e vantagens do Prāṇāyāma no bem-estar físico, mental e espiritual, faz-se menção especial à sua aplicação por um homem comum, um estudante, um estudioso, um administrador e uma pessoa empenhada na busca da auto-realização, o objetivo supremo da vida.

PRĀṆĀYĀMA

O significado literal de Prāṇāyāma é controle dePrāṇā, melhor dizendo, regularização de Prāṇā. Mas poder-se-ia perguntar qual seu verdadeiro significado. Comumente, em linguagem leiga, entende-se Prāṇā como respiração e, dessa maneira, Prāṇāyāma significa controle da respiração. Mas não é bem assim. Prāṇā é a “vida” de todas as criaturas – ou, melhor dizendo, é a força vital de cada ser vivo. Esta “vida” ou “Prāṇā” começa a funcionar a partir da concepção real de cada vida – e permanece até a última respiração. Todas as atividades do corpo, fisiológicas ou psicológicas, são governadas peloPrāṇā. Portanto, Prāṇā é a representação simbólica da força do Criador, a própria “Śakti”, que nós chamamos “Brahma”, isto é, Deus.

O Upaniṣad de Māṇḍukya faz referência a isso:2:1:3:

ETASMAAJJAAYATE PRANO MANAH SARVENDRIYAANI CHA/ KHAM
VAYURJYOTIRAAPAH PRITHIVEE VISHWASYA DHARINEE/

Todos os objetos visíveis e energias têm sua origem no Prāṇā, e são por ele governados. O próprio Universo, que abrange a Terra, o Sol, o vento, a água, os sentidos e a mente, tem sua origem no Prāṇā e vive através de Prāṇā. Quando o Prāṇā é retirado, o universo reduz-se a nada. Assim como a eletricidade manifesta-se sob diferentes formas, por exemplo, a cinética, luz, calor, etc. – da mesma maneira o Prāṇā está agindo por trás de cada forma de atividade ou vida. Os processos como a digestão, circulação, excreção, percepção, e afins, todos provêm do Prāṇā, portanto, “Prāṇā” é a essência de toda atividade, a verdadeira vida da vida.

Citando o Taittirīya Upaniṣad 2:3:3:

PRANAM DEVAA ANUPRAANANTI, MANUSYAAH PASHAVA SUCHA YE/PRANO HI BHOOTAANAAMAAYUH, TASMAAT SARVAAYU SHAMUCHYATE/

Todas as crianças do mundo, inclusive os próprios Deuses (Devatās) vivem através do “Prāṇā Śakti”. Para ilustrar isso, há uma estória interessante noChāndogya Upaniṣad.

Certa vez os sentidos e o Prāṇā do corpo entraram em uma briga crucial, cada um deles reivindicando importância maior na vida (do homem). Como não pudessem resolver a disputa, dirigiram-se ao DeusBrahma para a decisão. Este propôs um teste, “só era considerado grande aquele em cuja ausência o corpo não puder sobreviver”. Ouvindo isso, os sentidos começaram, primeiramente, a abandonar o corpo, um a um.

Mas o corpo podia sobreviver e funcionar sem eles. Finalmente, quando “Prāṇā” começou a abandonar o corpo, este ficou reduzido a um cadáver, provando que o “Prāṇā” é o fator principal, sustentador da vida. “Prāṇā” poderia ser comparado a um gerador de força, através do qual, a energia é distribuída a todas as estações.

Se a conexão com esse gerador de força for cortada, então, todas as atividades relacionadas com a eletricidade cessarão. De igual maneira,Prāṇā é o gerador de força, não somente do corpo individual, mas de todo o Universo.

O ato visível de vibração do nosso corpo é o da “respiração” através dos pulmões. Podemos dizer que este é um fenômeno grosseiro. Apoiada nessa vibração grosseira (respiração) é preciso que a pessoa penetre nos campos sutis corpo, para encontrar o criador do ato da respiração. Esse poder sutil é chamado “Prāṇā”, o qual flui através dos nervos até os músculos dos pulmões, permitindo-lhes funcionar. Se alguém puder aprender a técnica para controlar e regular através da vontade, a atividade dos pulmões (respiração) será capaz de ter domínio sobre cada atividade de seu corpo, e poderá também, curar doenças através da vontade, dirigindo o Prāṇā da forma necessária.

Às vezes acontece que em algumas áreas o Prāṇāse acumula ou é mais deficiente do que o normal, perturbando o equilíbrio; isto é o que chamamos “doenças”. Podemos curá-las, eliminando o excesso ou estabelecendo o equilíbrio através doPrāṇāyāma, o que se consegue mais intensamente com a “concentração” e a “meditação”. Com esse processo, aprende-se a concentrar todas as energias em um ponto (reservatório) e, depois, redistribuí-la, através da vontade, a todas as partes do corpo, de acordo com a necessidade.

O Prāṇā se expressa no corpo sob 5 formas diferentes:

– PRĀṆĀPĀNA
– VYĀNODĀNA
– SAMĀMĀH

Dependendo da natureza de sua atividade e de sua localização.

-HRIDI PRĀNO GUDE
-PĀNAH SAMĀNO STHITAH UDĀNAH KAṆṬHADEŚASTHO VYĀNAH SARVAŚARE RĀGAH.

TABELA MOSTRANDO AS DEFERENTES FORMAS DE PRĀṆĀ

Tipo de Prāṇā
Localização
Função
1-Prāṇā
Coração e Pulmões
Respiração, digestão, formação de urina e sêmen.
2-Apāna
Reto
Eliminação de urina, evacuação do intestino e eliminação de sêmen.
3-Vyāna
Todo o corpo
Circulação do sangue e outros fluidos do corpo.
4- Udāna
Depressão acima do manubrum
O corpo sutil e causal separa-se do corpo grosseiro na morte. Controlando-se esseUdāna, pode-se obter doPrāṇā, que pode ser dirigido através da vontade e adquirir poderes ocultos, com cuja ajuda pode-se caminhar sobre as águas, etc.
5-Samāna
Umbigo
Fornecimento e circulação de hormônios e outras secreções.


PRINCÍPIO DO S
ŪRYA-CANDRA

De acordo com a filosofia yogue, o ato da respiração está relacionado a três nāḍīs (iḍā Piñgalā e Suṣumnā):

a) Iḍā Nāḍī: narina esquerda; é comparado à lua, cuja ação é frieza.
b) Piñgalā nāḍī: narina direita; é comparada ao sol, cuja ação é produzir calor e remover o frio do corpo.
c) Suṣumnā Nāḍī: dizem que está entre a Iḍā ePiñgalā e ocupa o centro da medula espinhal.

O estado de saúde de um ser vivo depende da manutenção da relação correta entre os dois processos de Iḍā e Piñgalā.

A própria natureza tenta estabelecer esse equilíbrio, alternando o trabalho desses nāḍīs, de acordo com as condições do ambiente interno e externo. É a falha em manter esse equilíbrio que resulta em doença. Portanto, é muito importante aprender a controlar o trabalho dos nāḍīs; e isto é conseguido com Prāṇāyāma.

Quando se consegue um bom controle de Iḍā dePiñgalā, o Prāṇā pode, automaticamente, subir através do nāḍī Suṣumnā, centro dos poderes ocultos, isto é, os Chakras da Kuṇḍalinī Śakti, os quais são despertados – um a um. O processo doPrāṇāyāma consiste em:

a) Pūraka                   inspiração                     1 (unidade)
b) kumbhaka            retenção                       2 (unidades)
c) Recaka                   expiração                     3 (unidades)

De acordo com a extensão de tempo, o Prāṇāyāmaé chamado:

Grau inferior

a) KANIṢṬHA:         isto é qualidade inferior dePrāṇāyāma, onde uma unidade consiste em 4 segundos. Portanto, demora-se 4 segundos na inalação, retém-se a respiração por 16 segundos, e demora-se 8 segundos para expirar completamente.

Grau médio

b) MADHYAMA: é o tipo médio de Prāṇāyāma, onde cada unidade é de 8 segundos.

Grau superior

c) UTTAM: ou qualidade melhor de Prāṇāyāma, onde uma unidade é igual a 12 segundos.

TABELA
Tempo para
INALAÇÃO
Tempo para
RETENÇÃO
Tempo para
EXPIRAÇÃO
1- KANIṢṬHA: (inferior)
4 segundos
16 segundos
8 segundos
2-MADHYAMA:
8 segundos
32 segundos
16 segundos
3- UTTAM: (superior)
16 segundos
64 segundos
38 segundos

Além do tempo despendido nas várias partes doPrāṇāyāma, os Bandhas devem ser observados (posições especiais do corpo).

São de 3 tipos:

1 – Jālandharā
2 – Uddhiyana
3 – Mūla-Bandha

1 – JĀLANDHARĀ BANDHA: – Respire profundamente. Enquanto retém a respiração, feche os olhos, abaixe o queixo e ajuste-o na depressão do pescoço – concentra-se no Chakra Viśuda, situado nessa depressão. Isso evita que o ar seja inalado através da traquéia, ao mesmo tempo em que diminui o índice de oxigênio no sangue que circula para o cérebro, o que, por outro lado, estimula os vários centros autônomos situados na raiz do cérebro. Faz pressão, também sobre certas glândulas endócrinas, como a tiróide, paratireóide e timo, situadas no pescoço, as quais, depois de um pequeno intervalo de isquemia, são irrigadas pelo sangue, que ajuda a estimulá-las, assim como elimina os resíduos acumulados.

2 – UDDHIYANA BANDHA: Logo depois do período de retenção, durante todo o período da expiração (Recaka), contraia a parede abdominal anterior, isto é, force a para trás, em direção à espinha, tanto quanto puder e, depois de ter expirado completamente, retenha a respiração por algum tempo – esse processo é conhecido como “Bāhya kumbhaka”. Ele aumenta a utilidade doUddhiyana. Provoca a completa expulsão do ar residual dos pulmões e conserva-lhes a elasticidade, protegendo o corpo não só contra alguma doença pulmonar, como também estimulando as diversas vísceras situadas na cavidade abdominal. Além disso, através desse processo, impede-se o desperdício de sêmen, que se torna útil na exaltação espiritual. Além do mais, ajuda a manter o Prāṇā em um plano mais elevado.

3 – MŪLA BANDHA: Deve ser executado com os diferentes tipos de Prāṇāyāma, e mantido durante todo o tempo que este durar. Aqui os esfíncteres do reto e do pênis são firmemente contraídos e vagarosamente erguidos e mantidos nessa posição. O processo é realizado de forma a que nenhum outro órgão seja colocado sob tensão. Isso leva um fluxo de sangue fresco para os órgãos situados na região pélvica, depois de um curto período de isquemia, ativando os órgãos de reprodução e excreção. Ao mesmo tempo, ajuda no controle da paixão e preserva o celibato – a pessoa conserva a juventude e as energias, mesmo na velhice. Ajuda também o Prāṇā a entrar no nāḍī Suṣumnā, e desperta o poder da serpente (Kuṇḍalinī Śakti).

REGRAS PARA A PRÁTICA DO PRĀṆĀYĀMA

Preparação preliminar: É prescrito ao praticante do Prāṇāyāma, que cultive uma atitude mentalsāttvika (equilibrada), com a prática dos yama eniyama, os quais pode-se dizer, são semelhantes aos dez mandamentos do Cristianismo. Dá-se também importância aos hábitos de dieta, que deveria ser vegetariana, e o mais natural possível. Leite e frutas são considerados os melhores alimentos sāttvikos.

Hora para a prática: a melhor hora para praticar-se Prāṇāyāma são as primeiras horas do amanhecer, conhecido como Brahma Muhūrta, em termos de Yoga. Pode, também, ser praticado depois do por do sol ou à meia-noite.

Local: Lugar aberto, que deve estar livre de qualquer odor (bom ou ruim) e que deve ser absolutamente calmo e tranqüilo.

Outras instruções: Deve ser realizado com o estômago vazio, de preferência após ter-se tomado banho. Não se deve tomar banho, alimentar-se ou beber água fria, pelo menos até duas horas depois de completado o Prāṇāyāma. Não se deve, também, comer em demasia, mas de preferência, tomar leite morno. Depois de executado oPrāṇāyāma deve-se descansar, executando ŚavaĀsana.

Postura: Há duas posturas principais para se executar o Prāṇāyāma, que são: Vajrāsana -Padmāsana. Mas se a pessoa for incapaz de adotar qualquer dessas duas posturas no princípio, pode sentar-se em Sukha Āsana, isto é, qualquer postura fácil, onde não se sinta cansada ou tensa. As costas e a coluna espinhal devem ser mantidas retas, e não deve haver nenhuma tensão ou esforço de qualquer parte do corpo.

TIPOS DE PRĀṆĀYĀMA

De acordo com o Yoga, nove tipos de Prāṇāyāmasão apresentados:

I – ANULOMA – VILOMA

Processo: Sentado em uma das posturas acima, fechando a narina esquerda com o dedo anular, inspire pela narina direita. Bloqueie ambas as narinas, retenha a respiração e faça JālandharāBandha. Enquanto expira pela narina esquerda, faça Uddhiyana Bandha. Quando todo o ar for expirado, para a respiração, isto é, faça BāhyaKumbhaka e Jālandharā Bandha. Deve-se usar também Mūla Bandha, como se indicou anteriormente, no processo do Prāṇāyāma. Agora relaxe todos os Bandhas e respire normalmente.

Repita o processo, inspirando pela outra narina, isto é, a narina esquerda. Isto completa umPrāṇāyāma. Comece com 5 Prāṇāyāmas, aumentando, aos poucos, para 25 vezes, de acordo com a capacidade individual.

Benefícios: Como sugere o nome, Anulomasignifica positivo, e Viloma significa negativo. Este Prāṇāyāma resulta em um correto equilíbrio entre as duas forças opostas do corpo, para a manutenção de uma perfeita saúde física e mental. Já que durante este processo todos os três tipos de Bandhas são praticados, ele traz todos os benefícios de cada um deles, abrangendo todo o corpo.

II – SŪRYA – BHEDA

Processo: Utilize qualquer postura de Prāṇāyāma. Feche a narina esquerda com os dois dedos médios da mão direita. Inspire pela narina direita amplamente. Fecha ambas as narinas e prenda a respiração (faça Kumbhaka), e aplique oJālandharā Bandha. Depois de completar oKumbhaka, relaxe o Jālandharā Bandha e expire (faça Recaka) pela narina esquerda.

Repita exatamente da mesma maneira, e ainda pela narina direita. No começo faça 10 Prāṇāyāmas, aumentando de acordo com a capacidade e necessidade individuais.

Benefícios: Aumenta o calor do corpo, sendo, com isso útil na cura de estados pulmonares crônicos, como resfriados comuns, rinite crônica, asma, bronquite, etc. Auxilia, também no tratamento de problemas gástricos e dor de cabeça crônica. É muito útil no inverno.

Contra-indicação: Pessoas com pressão alta, problemas biliares e cardíacos não devem fazer esse Prāṇāyāma.

III – UJJĀYI

Processo: Sente-se em qualquer das posturas dePrāṇāyāma. Inspire (faça Pūraka) por ambas as narinas até a extensão máxima. Feche ambas as narinas e prenda a respiração (faça Kumbhaka) e faça Jālandharā Bandha. Abra o Bandha e expire pela narina esquerda, somente. Repita, da mesma maneira.

Comece com 10 Prāṇāyāmas, aumentando, aos poucos, de acordo com a necessidade e capacidade.

Particularidades: Este tipo de Prāṇāyāma pode ser executado na posição de pé, assim como na posição deitada.

Benefícios: Auxilia na expectoração, quando há dificuldade em respirar ou em expectorar, por exemplo, na asma, bronquite, enfisema, etc. Auxilia, também na digestão e remove a constipação crônica.

IV – SĪTKARĪ

Processo: Sente-se como foi sugerido acima. Feche ambas as narinas, encoste a língua no palato, e inspirando, faça o ar penetrar pelo meio de língua enrolada. Retenha a respiração (façaKumbhaka). Expire por ambas as narinas.

Comece com 10 Prāṇāyāmas e aumente de acordo com a capacidade e necessidade.

Benefícios: A reação é oposta à do Sūrya Bheda, isto é, traz frescor ao corpo. Eficaz para febres baixas. É muito bom no verão.

Contra-indicações: Pessoas sofrendo de resfriado e problemas pulmonares crônicos, como asma, etc, não devem fazê-lo. Não o execute no inverno.

V – ŚĪTALĪ

Processo: Sente-se como foi sugerido. Feche ambas as narinas. Projete a língua para fora da boca, enrole-a em forma de um tubo e inspire através dele. Retenha a respiração (façaKumbhaka). Expire por ambas as narinas. Comece com 10 Prāṇāyāmas e aumente de acordo com a capacidade e necessidade.

Benefícios: Semelhantes aos do Sītkarī.

VI – BHASTRIKA

Processos: Existem dois métodos para fazer essePrāṇāyāma:

a) Sente-se como foi sugerido. Feche a narina direita com o polegar direito, e, sucessiva e vigorosamente, inspire e expire pela narina esquerda por 10 vezes. A décima primeira respiração deve ser tão profunda quanto possível; feche ambas as narinas. Retenha a respiração (façaKumbhaka), e faça Jālandharā Bandha. Expire vagarosamente pela narina direita. Repita o processo pela narina oposta, isto é, inspire pela narina direita.

b) Este processo exige técnica e aprendizagem especiais. Rapidamente, inspire pela narina direita, fazendo fricção no septo e expire pela narina esquerda, também friccionando o septo. Repita isso dez vezes; enquanto a décima a décima primeira respiração é feita profundamente, pela narina direita, feche ambas as narinas. Retenha arespiração(faça Kumbhaka) e faça Jālandharā Bandha. Expire , vagarosamente, pela narina esquerda. Começa com 5 Prāṇāyāmas e não aumente para mais de 10.

Benefícios: De acordo com o Haṭha YogaPadhanti, desperta a Kuṇḍalinī e Śakti e permite ao sêmen fluir para cima. Equilibra as duas forças contrárias do corpo, assim como os elementos calor e frio. Melhora a atividade  pulmonar e a digestão. Pode ser feito em qualquer estação do ano.

Contra-indicações: Hipertensão e afecções do coração.

VII – BHRAMARI

Existem dois métodos para se fazer essePrāṇāyāma:

a) Sente-se em uma postura de Prāṇāyāma. Feche e narina direita com o polegar direito. Inspire pela narina esquerda, fazendo um som de zumbido (como o da abelha). Feche ambas as narinas, retenha a respiração (faça Kumbhaka), e façaJālandharā Bandha. Expire pela narina direita, fazendo um som de zumbido similar. Repita o processo, na ordem reversa.

b) Feche ambos os olhos  e concentre-se em visualizar o ponto entre as duas sobrancelhas (isto é, o Ājñā Chakra). Faça Jālandharā Bandha e inspire por ambas as narinas, fazendo um som de zumbido. Feche ambas as narinas, e retenha a respiração (faça Kumbhaka). Expire por ambas as narinas, fazendo um som de zumbido semelhante.

Benefícios: Traz paz e alegria para a mente. A voz torna-se melodiosa. Este Prāṇāyāma é benéfico para Nāḍī -Śodhana.

VIII – MŪRCHĀ

Processo: Sente-se como foi sugerido. Feche os orifícios externos das orelhas com ambos os polegares; feche, também, as pálpebras com os dedos indicadores, e coloque os dedos médios contra as narinas, os dedos anulares sobre os lábios superiores e os dedos mínimos sob o lábio inferior. Inspire profundamente por ambas as narinas e feche-as. Retenha a respiração (façaKumbhaka) e faça Jālandharā Bandha. Expire por ambas as narinas. Enquanto relaxa a Jālandharā Bandha, abra os olhos e ouvidos. Repita, da mesma maneira. Comece com cinco Prāṇāyāmas e aumente, conforme a necessidade.

Benefícios: Oferece poder de concentração e meditação. O estudante, o pratica, geralmente, para alcançar objetivos espirituais mais elevados. Durante o processo desse Prāṇāyāma, percebem-se vários tipos de visões e cores, que podem ser mais bem interpretados com a ajuda do mestre (Guru).

IX – PLĀVINI

É feito de duas maneiras:

a) Sente-se em uma postura de Prāṇāyāma. Estique os braços acima dos ombros e mantenha-os estirados. Inspire por ambas as narinas, enquanto vai abaixando os braços, trazendo-os para a nuca. Entrelace os dedos das mãos e apóie a nuca nas palmas (como um travesseiro) e, vagarosamente, deite-se. Retenha a respiração (faça Kumbhaka). Expire por ambas as narinas. Repita da mesma maneira.

b) Sente-se em Padmāsana. Concentre-se na região umbilical, e inspire por ambas as narinas até intumescer o abdômen. Feche as narinas e façaKumbhaka. Faça o ar girar dentro do abdômen, na forma circular. Expire por ambas as narinas bem devagar.

Benefícios: Este tipo de Prāṇāyāma é feito para finalidades mais elevadas. Faz o corpo sentir-se tão leve como algodão. Com a prática destePrāṇāyāma, adquire-se poderes ocultos e pode-se caminhar na água, como um peixe, voar como um pássaro, etc. Tais poderes são desenvolvidos depois de um grande esforço, acompanhados por outros processos.

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