Diferenças da Filosofia e Sadhana no Yoga dos Nathas e da Filosofia no Yoga de Patanjali e suas aplicações

Por: Dr. Kunwar Narendra
Pratap Singh
Tradução: Iva Gicovate

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Desde o começo ao acesso espiritual indiano, a importância do ‘YOGA’ é única e superior.Em todas as tradições de adoração de origem indiana, ‘Nigama – Agama’, ‘Vedica – não Védica’, o YOGA é mais ou menos aceito e descrito. Dentre os seguidores destas correntes filosóficas, apesar dos diferentes métodos de prática, geralmente dois métodos são especialmente notáveis, e são conhecidos não só no país como também no exterior. Um deles é o Ashtanga yoga, que é dito ser o fundador do método Maharshi Patanjali no ‘Hiranya garbha’. O Yogashastra de Patanjali é o texto básico do Rajayoga. Devido a incrível contribuição de Patanjali, este conceito é famoso como ‘O Yoga de Patanjali. O segundo e principal método de yoga é conhecido como ‘Hathayoga Natha Yoga’ que se originou de ‘Adinatha’ ou ‘ Mrikanduputradi’. Apesar de ter sido enriquecido e fortalecido pelos Yogues ‘Matsyendranatha e ‘Jalandharanatha’, uma encarnação do Senhor Shiva, ‘Mahayogue Gorakshanatha’ é famoso como um pregador eminente desta corrente.Embora, ambos os métodos de yoga sejam perfeitos em si e apesar de suas próprias visões e doutrinas, não se refutam; e em algum lugar são apresentados mutuamente mesclados, ao dizer que ‘Hathayoga’ tem como objetivo a existência do ‘Rajayoga’; assim, em ambos os níveis da filosofia e do Sadhana, apesar de muitos acordos e similitudes, há muita diferença neles, com as quais encontram suas identidades separadamente. Onde o ‘yoga de Patanjali’ é um produto puro da tradição védica e dá o conceito de ‘Ashtanga yoga’, que aceita ‘Pramanya’ dos Vedas e a metafísica do ‘Samkhya’; No ‘Sadhana e na Filosofia Nathayoga’, exceto as tradições védicas, encontramos uma síntese das tradições ‘Kaula’, ‘Kapalika’Rasehwar, Shaiva e Shakti-Tantrica, desenvolvidas na tradição Agama ou ‘Shraman, na qual existe uma importante referencia em se alcançar a harmonia desejada por meio do ‘Kayagarha – vijay’, ‘Chakra-bhedana’ e ‘Kundalini-Jagaran’. Além disso, no ‘Nathayoga’, ‘Pramanya de Kaulachar’ aparece no lugar do ‘Veda Char’, ‘auto-realização’ no lugar de ‘Veda Pramanya’ que é aceito, e existe uma citação de 36 ‘Tatvas’, de ‘Shiva à terra’, incluindo 25 ‘tatvas’ do ‘Samkhya’. No yoga de Patanjali onde, a fim de atingir o objetivo final ‘Samadhi’, ‘Vritti-nirodha’ é chamado de sinônimo de ‘Yoga’, no ‘Nathayoga’, a utilidade do ‘Ashtanga’ ou ‘Shadanga’ em realizar o objetivo final é aceita, mais ênfase é dada para controlar o ‘Prana’, para controlar o ‘Ha’ & o ‘Tha’ significa “Surya (Pranavayu)’, ‘Chandra (Apanavayu)’ e ‘Sushumna (Agnitatva)’ e para conquistar a fortaleza do corpo ao projetar o ‘Universo’ no ‘Corpo’, no qual o papel da ‘Mudra’, ‘Bandha’, ‘Satchakrabhedana’ e ‘kundalini jagaran’ é importante. Aqui, fica conhecido que a visão de ‘Pinda-siddhi’ dos yogues Nathas e ‘Kayasamyat’ de Patanjali não é similar; embora seja também verdade que em ambas as visões, no final, conseguimos o controle dos ‘Tatvas’. No conceito Natha ‘PindaSiddhi’ é considerado como resultado de ‘Parampada-Darshana’ e a situação que antecede a harmonia, enquanto que o objetivo final do ‘Kayasamat de Patanjali’ seja meramente concernente a purificação do corpo. Não é semelhante à pureza natural de ‘Purusha’. Assim, é meramente uma característica natural de ‘Prakriti. No ‘ Yogashastra’ deus é entitulado como ‘Purusha-vishesha’ e está liberto de ‘klesha’, ‘karma’, ‘Vipaka’, ‘Aashaya’. A este conceito de ‘Deus’ do samkhya e yoga, os Natha yogues aceitaram na forma de ‘shiva-tatva’ de uma maneira diferente, que é a realidade ultima, como também, ‘não alcançável – invisível, nem ’Shoonya’ nem ‘Ashoonya’, nem ‘Existente’ nem ‘Inexistente’; nem ‘Sata’ nem ‘Asata, nem Dvaita’ nem ‘Advaita’, mas é uma entidade tão peculiar, longe de tudo isso, que repousa no corpo (Gagan Mandala) exatamente como o ‘universo’. Os princípios metafísicos, que estavam sendo propagados pelos yogues Nathas incluindo ‘Guru Gorakshanatha”, nas pregações do ‘Yoga Sadhana’, não foram nem um resultado definitivo de alguma analise lógica, nem tentaram fazê-los pura lógica. A base fundamental de sua filosofia era as percepções super mentais e super racionais do estado de ‘Samadhi’. As visões filosóficas foram expressas na forma de expressão racional da percepção transcendental. Geralmente, para o pesquisador da verdade e da paz e para os aspirantes curiosos de liberação da escravidão mundana, aceitavam unicamente estas terminologias e expressão – métodos como meio, que ficaram famosos por séculos na tradição dos ‘grandes yogues Siddha’ e foram usados nos ‘Ágamas’ e ‘Tantras’ Shaiva –Shakta’. É digno de nota que dividissem um novo sentimento puro e espiritual e puro à terminologia reconhecida no esquerdismo também. Embora muitos trabalhos do ‘Grande Yogue Gorakshanatha’sejam conhecidos no ‘Sanscrito’ e ‘Hindi’, nos quais encontra-se uma coleção de pregações filosóficas e o Sadhana correspondente, não obstante, nestes trabalhos ‘Siddha-Siddhanta Paddhati’ é o único e extraordinário trabalho no qual a ‘Filosofia Natha’ é exposta ordenadamente. Neste livro, é dito como este cosmos se originou de uma entidade última espiritual, dinâmica e se desenvolveu através de uma situação diferente. Ele esclareceu o quão longe do espaço e tempo, o deus indiferenciado e eterno se manifestou no eu na forma de cosmos limitado por tempo e espaço e em inumeráveis indivíduos pela sua própria força original. Ao pensar em ‘Corpo’ ele mostrou os conceitos específicos do ‘Natha-Pantha’ do ‘yoga de Patanjali’, com referencia ao ‘Rachna-Chakra’ interno, ‘Adhara’, Lakchya’ e ‘Vyoma’. Na mesma ordem, ‘Pinda-samvitti’ é também discutido na ‘Filosofia Natha’. A existência da afirmação: ‘Yathapinde-Tathabrahmande’ é outra qualidade dos ‘Yogues Nathas’. A exposição da experiência de uniformidade entre o corpo mortal e limitado e o cosmos ilimitado é um ideal único e grande que é proposto peculiarmente por Gorakshanatha e sua comunidade ante pessoas espiritualmente curiosas. Ao descrever a base de ‘Pinda’, é dito no ‘Siddha-Siddhanta-Paddhati’ que a base de todos os ‘Pindas’ está na força espiritual final, que é idêntica e uniforme ao deus ‘Shiva’ em sua forma original. Todo o corpo é a auto-expressão de um auto- desenvolvimento da força divina. Esta força divina provoca o controle em suas relações e mudanças. Na verdade, é indiferente e idêntica a ‘Shiva’. Esta auto-consciência é chamada de ‘Shiva’, quando se situa na forma do ’eu’ ou do‘’Derradeiro’; e quando, ativamente se converte na forma do cosmos e envolve criação, desenvolvimento e destruição do limitado espaço-tempo, em numerosos corpos e se manifesta de várias formas, é chamada e denominada de ‘Shakti’. Assim, a realidade última é ‘Shiva’ em sua forma transcendental, e ‘ Shakti’, em sua forma dinâmica. Ao contrario da ‘Filosofia Natha’, ‘Purusha Vishes’ ‘Deus’, descrito na filosofia do ‘Yoga de Patanjali’ é consciente, mas ‘Prakriti’ é inconsciente e estático e diferente do ‘Purusha Vivesha’. Na verdade, como o filosofo “Kapila” no ‘Samkhya’, ‘Patanjali também considera “Prakriti’ uma entidade material que se situa e se desenvolve por si mesma’; que independe de deus para sua existência. Não só isto, mas a sua existência é também independente e semelhante à ‘Purusha’. A corrente de ‘Gorakshanatha e do Siddha Yoga’ é diferente deste conceito. De acordo com eles, Prakriti é uma parte da força envolvida no ‘Param Purusha-Shiva’, e não há existência de Prakriti independente de Shiva e é também consciente como ‘Param Purusha’. De acordo com Patanjali, cada Purusha ou Jiva, no estado de liberação ou ‘Kaivalya’ se torna Sakshi, Chitta, Kevala e Nirguna – totalmente diferente de Prakrit,i mas na forma de pura consciência, tem,eternamente, sua individualidade e existência, diferente de outros Purushas liberados e Deus. Enquanto que, de acordo com Gorakshanatha e a corrente Siddha Yoga, cada Purusha liberado como este atinge o estado de santidade, percebendo sua inseparabilidade com Deus, ‘Shiva’. No Yoga Sadhana da corrente Natha, Matsyendranatha, Gorakshanatha e Jalandharanatha etc, Siddhas eminentes deram não só novas dimensões ao tradicional óctuplo Rajayoga de Patanjali, pelas suas experiências e abordagens praticas; mas, paralelamente, deram uma identidade separada e importância ao Hatha Yoga. É por isto que tem seu próprio lugar de destaque. Contudo, no Raja Yoga de Patanjali, os ‘Yama’ e os Niyama’ são mencionados nas duas primeiras partes, já no Natha Yoga, ou, sem mencionar os ‘Yamas’ e ‘Niyamas’, somente ‘Shadanga Yoga’ é mencionado; ou onde está descrito, o numero de ‘Yamas’ e ‘ Niyamas’ não é só maior do que no Yoga de Patanjali, mas Shatkarmasa’ ex. ‘Neti’, ‘Vasti’, Dhauti’, etc., são descritos em detalhes. Definitivamente, ‘Shatkarmas’ são a particularidade própria do ‘MahaYoga’ professado pelos Yogues Nathas. Para o controle sobre o ‘Prana’ e ‘Mana’, e para regular o corpo, não descreveram somente ‘Asanas’, em detalhe, mas inventaram muitos novos ‘Asanas’ – ex: ‘Purnamatsyendra’, ‘Ardhamatsyendra e ‘Goraksha’, etc… No ‘Hatha Yoga’, da corrente Natha, cujos três métodos de ‘Pranayama – Rechaka, Puraka e Kumbhaka’ são descritos, existe também algo diferente do “Método de Pranayama de Patanjali’. No último deles, ‘Kumbhaka’, permitimos que o método ‘Tantrico’ e no qual, depois de ‘Puraka fazemos ‘Kumbhaka’, seja o método Vadika. É sabido que no Natha Yoga, o método Tantrico é aceito; ao passo que o método Vadika é aceito no Yoga de Patanjali. Da mesma forma, os Yogues Nathas se concentram no Shatchakra Dharana em vez do Hritpundarika, durante Dhyana. Alem disso, no Natha Yoga há uma referencia de conquista por Dhyana e Dharana sobre os cinco fatores que constituem o mundo, que é o método Tantrico. Assim Sadhana paddhati dos Yogues Nathas é principalmente baseado em Asana, Pranayama, Mudrabandha e Shatchakra Bedhana no qual Kundalini Jagaran acontece. Despertada a Kundalini, um por um, passando pelos chakras alcança o Sahasrara e se une a Shiva. Qualquer método de Sadhana como este, não é mencionado no Yoga de Patanjali. Há outra diferença memorável do Natha Yoga com o Yoga de Patanjali, no qual a luz não é jogada suficientemente. Onde o Sadhana do Yoga de Patanjali não se tornou muito popular devido aos limites dos conceitos Védicos e Varnashrama – Vyawastha, Yogues Nathas, abriram a porta de seu Yoga Sadhana liberalmente para todos ou Varnas Ashramas, comunidades e castas e se tornou incrivelmente universal e popular. Entretanto, a filosofia Natha e o Sadhana vieram à luz na forma de revolução social também paralela ao despertar espiritual que a fez universal, publica e de fácil acesso. Como resultado, muitas pessoas das tão chamadas castas inferiores estão sendo adoradas e honradas.

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