Ensinando Yoga no Irã

Por: Jaleh Narwani
Traduzido por: 
Iva Gicovate

Nove anos atrás, quando comecei a ensinar Yoga no Irã, estava hesitante, conhecendo os obstáculos gigantescos que impedem seu progresso. Fora uma população de 36 milhões de pessoas 351/2 milhões são muslims devotos. Como tal,qualquer coisa que não fosse muslim e que soasse religioso não era facilmente aceitável. Contudo, a tempo descobri, felizmente, que os Iranianos também têm uma sociedade de mente aberta, e com o conselho de nosso, então, ministro da Cultura, que mais tarde inaugurou meu Centro saímos apresentando o yoga de uma maneira que seria mais aceitável para os Iranianos, apontando para a proximidade das culturas do Irã e Índia e apresentando o yoga como um modo prático de vida no qual a humanidade aprende a viver em paz e harmonia.

Comecei dando aulas para poucas pessoas que consistiam de Iranianos e não Iranianos. Também comecei a escrever artigos de yoga semanalmente em nossos maiores jornais e outras revistas, explicando o que yoga é, seus efeitos físicos, mentais, morais e espirituais quando postos em prática, e como asanas simples podiam ser feitos, com ilustrações para torná-las mais fáceis de seguir. Houve uma boa resposta do público. Muitos leitores escreviam dizendo que tinham ouvido sobre yoga antes, mas sempre a associavam com religião, ou com poderes mágicos. Alguns, até mesmo pensavam que fosse ler a mão!  Como o povo não sabia Inglês, sugeri nos meus artigos que alguns livros muito fáceis de seguir fossem traduzidos. Eu mesmo fui incitado a escrever um livro, também. Juntando todos os meus artigos sobre yoga comecei a compilar um livro muito fácil em Farci, chamado ‘Yoga e Você’.  Foi publicado pelo ministro de Arte e Cultura. Também comecei uma serie de palestras na Universidade e em várias organizações, enfatizando a proximidade das culturas do Irã e Índia. Levou 3 anos de trabalho constante e árduo, batendo em portas fechadas, e sendo criticado, antes que uma boa porcentagem do público que lia jornais e revistas se tornasse familiarizada com o yoga.

Nesta época, as pessoas de T.V. se aproximaram de mim para começar um programa regular de yoga que ajudaria a aliviar cansaço e tensão. Logo se tornou um dos mais populares programas não só nas cidades, mas também entre os aldeões que viviam em áreas remotas. (A maioria dos aldeões no Irã têm um aparelho de tv). Através deste programa de yoga começaram a aprender muito não só sobre yoga, mas também sobre a Índia. Este programa era também retransmitido para paises vizinhos tais como Kuwait e Dubai. Julgando pelas cartas recebidas dos expectadores pode-se concluir somente que embora, tal media do povo como TV pode não ter o contato pessoal que o yoga pede, muito embora os asanas tenham não só trazido alivio para incontáveis pessoas sofrendo de dores pequenas e contusões, mas o mais importante, a ênfase no yama e niyama fez incontáveis pessoas  parar no meio do corre – corre diário, mesmo se por poucos minutos para perceber e procurar, não obstante, fosse de uma maneira singela.

A propósito, como a resposta cresceu trabalhei num plano para ter mais professores que pudessem começar a ensinar nas escolas e em outros lugares. Houve muitos encontros e conferencias com slides e filmes para comunicar os oficiais do Governo do yoga. Aí o trabalho começou, treinar professores, que por sua vez, ensinariam asanas simplificados nas escolas com ênfase no yama e niyama, usando estórias de moral Iranianas para fazê-las interessantes e relevantes. Também, podiam assistir aulas por conta própria depois da escola.

Pela mesma época eu estava interessado em fazer alguma para uma outra parte de nossa sociedade de prisioneiros e viciados. Nesta época fui ver nosso ministro da justiça que ficou bastante satisfeito com a proposta de ensinar yoga aos prisioneiros e jovens nos centros de reabilitação. Mas, existia um inconveniente, exceto por mim, poderíamos não encontrar voluntários para irem as prisões e ensinar. Então, encontrei uma maneira de eliminar este problema ao pedir ao nosso | Ministro para repartir o orçamento que podia ser usado para comprar aparelhos de TV vídeo cassetes e persuadi o chefe da TV a dar copias de todos os cassetes de yoga como um gesto de boa vontade ao Ministro da Justiça. Isto possibilitou os presos a usarem os cassetes nos seus aparelhos de Vídeo e praticar yoga no tempo dado a eles. Isto provou ser de grande sucesso. Existia uma melhora significativa na perspectiva dos prisioneiros, particularmente nos mais jovens. Quando pedimos para eles preencherem um formulário em questionário expressando seus sentimentos depois do curso, achamos suas respostas  das mais gratificantes.

Voltando as aulas no meu Centro de Yoga, elas eram principalmente para senhoras que chegavam de todos os caminhos da vida. Sua idade média era 33 anos. Suas razões para virem para o yoga eram variadas, 30% das senhoras nas minhas classes eram não Iranianas cobrindo quase qualquer nacionalidade que você pode se importar em chamar, que mostra que independentemente de qual país se procede, a humanidade hoje encara problemas comuns e yoga é a resposta para as desordens espalhadas de hoje. Seu problema básico é tensão nervosa (38%) Ai segue ferimentos físicos que invariavelmente acompanham estafa mental (33%), mantendo sua aparência e saúde (28%). A mais baixa porcentagem que leva as pessoas para o yoga é a iluminação espiritual (1%).

A transformação principal que acontece é como seu ponto de vista sobre a vida muda para melhor. Isto não é só vivenciado por elas, mas, é salientado por seus maridos, filhos e aqueles com quem têm contato diário. Elas irradiam uma calma interna e parecem mais contentes com a vida como um todo. Realmente o yoga se torna um modo de vida para elas. Seu curso geralmente inclui yoga asanas, alguns kriyas, pranayama básico, simples concentração e meditação, com bastante ênfase no yama e niyama. Ocasionalmente, conduzimos acampamentos de yoga onde o silencio completo é observado com uma rotina yoguica e puro vegetarianismo.

O centro também fornece literatura em Inglês e Farci sobre yoga, filosofia e assuntos relevantes. Freqüentemente, temos o prazer de receber convidados que visitam o Centro, que iluminam os entusiastas de yoga um pouco mais alem no Irã. Freqüentemente satsangas acontecem no Centro quando sufis e filósofos discursam sobre o significado da vida. Para aqueles que procuram ir a Índia forneci a Embaixada da Índia em Teerã com nomes e endereços de ashrams e Centros que poderiam visitar.

This entry was posted in Jaleh Narwani, Jaleh Narwani and tagged . Bookmark the permalink.

Comments are closed.